Na vida adulta, experienciamos um conjunto de papéis e de exigências, que obrigam a um jogo de verdadeiro equilibrismo. Integrar os vários aspectos da vida familiar, profissional, afectiva, com aquilo que é o nosso projecto pessoal é, por vezes, uma tarefa difícil, que acarreta questionamentos sobre quem somos e para onde queremos ir.
Neste processo, surgem momentos de impasse, onde percebemos que os recursos que reunimos, ao longo do nosso crescimento, para enfrentar as contingências da vida ou o próprio sofrimento, não são suficientes num determinado momento. Com efeito, a forma de sentir, de pensar e de nos relacionarmos com o outro pode, por circunstâncias várias, revelar-se ineficaz numa determinada altura, bloqueando a harmonia e o bem-estar psíquico.
A Psicoterapia constitui um método capaz de possibilitar uma melhor compreensão de si, promovendo o auto-conhecimento e a transformação interna. Através de uma relação de confiança, segura e do sentimento de esperança criados entre paciente e psicoterapeuta, é possível uma mudança, que se vai instalando progressivamente, ao mesmo tempo que se verifica uma diminuição do mal-estar sentido. Trata-se, por isso, de um processo onde se libertará das amarras que o aprisionam, para que lhe seja possível retomar o desenvolvimento do seu percurso.
Marco um «encontro» – dito terapêutico! – e vejo no Outro, o olhar aceitante, sinto o ouvido à escuta, e as palavras ecoam, fazendo-me pensar, sentir, compreender, confrontar, submergir, denunciar, sonhar,….reparar! E a dor exalta-se, grita, esbraceja, resiste, e liberta-se… num processo a Dois, em que o Psicólogo vai interpretando, esclarecendo, questionando, reestruturando, espelhando, e amparando!
E volto a olhar ao espelho e já me reconheço! Mas atentamente sou um Eu diferente, permaneço sensível às impressões e às emoções, mas psicologicamente fortificado, consciente da minha grandeza e vulnerabilidade, e mais hábil nas minhas defesas!
E a lágrima cai. Aliviado.